NUNCA
Eu nunca te vi, apenas te olhei.
Porque é que há noites e não dias com o teu nome?
Pensava que eram os teus olhos que podiam responder a todas as facas adormecidas.
Pensava que os segredos dos sinos se podiam sepultar para sempre no som do sexo. Porque é que o porquê há-de ter um porque?
Eu nunca te pensei, apenas te senti.
Porque é que quando os corpos se tocam com nevoeiros, há sombras brancas que são plantas em crescimento?
Pensava que entre mim e ti havia um mapa delineado num óleo, alguma pintura tentacular. Porque é que não há uma vertigem que escreva uma qualquer história de desespero?
Eu nunca te falei, apenas te amei.
(desconheço o autor mas achei bonito e muito apropriado)