14/03/05

Por vezes tenho um medo enorme de esquecer as minhas origens.
A terra onde nasci, e vivi parte da minha adolescência, os melhores anos da minha vida.
A minha adolescência foi curta. Terminou quando estava a começar. Aos 16 anos.
A partir dai, tudo mudou. Muito!
De repente dei comigo, num País que não conhecia, onde tudo era estranho, separada dos amigos, dos animais de estimação - a minha gata «Safira» e o cão «Kiss» - da minha casa, dos que mais amava, os meus pais.
Quando pela última vez atravessei a porta da minha casa, e a fechei atrás de mim, foi como se o meu passado, a minha vida até ali, ficasse lá dentro, e ao descer as escadas caminhava para um futuro que seria tão diferente de tudo quanto imaginei.
Das muitas vezes em que olho para "trás", e comparo com as fotos recentes que recebo, vejo sítios que já não conheço e encontro outros de que já não me lembrava que ali estavam.
Mas há outros que resistiram ao tempo e às mudanças. Mantem-se iguais!
Por coincidência, ou não, são os lugares da minha infância.
Aqueles que estão ainda mais distantes, tão longe como os meus tempos de criança!
É tão dificil olhar para esse passado.
Talvez porque tenho a certeza de que nunca mais será como antes.
Mesmo a terra sendo a mesma e as suas gentes também.
Mesmo continuando a amar muito aquele País.
Quase tanto...como a ti!!
Agora vou dormir!
É a única forma de te ter de volta.
Boa noite.