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Como posso dizer tudo isto de ti, que eras um anjo e que continuas a ser, e de mim, que te quis com inocência. Será melhor que continue a beber até te apagar da memória, e isto faz-me chorar, e sou um tipo que está chorando às dez da manhã, sentado na varanda de um quarto para turistas, com uma genebra quente na mão - são os restos da noite - , chorando porque se te expulso da minha memória, então, verdadeiramente, não me restará mais nada.
- Manuel Vilas -