Tudo muda quando menos esperamos. É a vida? É o destino? Somos nós...?
Pois, não sei, mas que é assim é, sem margem para dúvidas.
O que hoje é de uma forma - por vezes, ou a maior parte das vezes, aquela que menos queremos - de um momento para o outro muda, e quando já nada ou muito pouco esperávamos.
Normalmente no final de cada ano, faço um "balanço" do que foi o ano que passou. No que diz respeito a 2007, não fiz. Não foi bom. Foi mau, mesmo! Comecei o 2007 cheia de sonhos, de ideias fantásticas para concretizar, todas importantes... A nível de serviço, passamos por um processo muito doloroso com a saída, não de colegas, mas de amigos que por aqui andavam há já alguns anos. É certo que nada é definitivo, mas foi terrível. O meu departamento foi aquele que mais sofreu nesse aspecto. Foi aquele de onde saíram mais pessoas. E não foi nada fácil. Talvez tenha sido mais difícil para os que aqui ficaram e que sentem a sua ausência diariamente, do que para eles que foram descobrir novos desafios e que na verdade, hoje estão bem. Eu ainda não consegui virar completamente a página e ainda sinto muito a falta desses colegas e amigos.
Depois apareceu um problema de saúde à minha amiga, que não passou de um grande susto, mas deixou também as suas marcas, porque vivi muito de perto e diariamente essa situação. Também já passou. Mais tarde, e na minha vida privada, também tive momentos menos bons, pois passei um verão fantástico com alguém e assim, de repente, de um dia para o outro separamo-nos. Foi terrível e muito demorado o cair na realidade. Que tinha acabado! Na verdade, continuava a ver diariamente essa pessoa e sempre que podíamos estávamos juntos, o que não era nada bom para quem quer esquecer, ou melhor, para quem tinha que esquecer outra pessoa. Nunca consegui "cortar" aqueles encontros em que fingíamos que o que nos ligava era apenas a amizade.
Com a proximidade do final do ano, decidi de mim para mim, que com o início do novo ano 2008, isso tinha que mudar. Tinha que fazer algo por mim, pois aquela situação não podia manter-se. Para pouca saúde mais vale nenhuma, como tal decidi que um dia qualquer diria "acabou". Entre muitas conversas que tivemos, dizia-me que "em breve resolvia a vida dele, precisava apenas de mais algum tempo, mas que no inicio do ano..."! Não dei, nem tinha que dar prazos. Dei sim, um prazo a mim mesma. Tinha que mudar... Por muito difícil e doloroso que isso fosse para mim.
E, quando eu menos esperava, tudo aconteceu! Tudo mudou! Assim como um relâmpago. Exactamente três dias antes do final de 2007. Já passamos o fim-de-ano juntos, com alguns elementos da minha familia, incluindo os meus filhos.
Hoje, estamos juntos. Há projectos a dois. Há muita paz e tranquilidade. Há um acreditar no futuro... Mas há também ainda alguns assuntos a resolver da parte dele.
Estamos juntos para o que der e vier.
Depois veio o receio da aceitação dos meus filhos, principalmente do meu filho, visto que a minha filha é já uma adolescente, com quem partilho a minha vida e a quem não escondo nada, e nos quatro anos que já passaram sobre o meu divórcio, eles nunca viram ninguém lá em casa, nem com o pai. Falei com eles abertamente. O pai também lhes explicou que a vida da mãe e do pai continua, é natural aparecerem outras pessoas, mas em relação aos nossos filhos, tudo se mantém, ninguém vai tirar o lugar deles, e que os pais continuarão sempre a ser muito amigos e juntos a ajudá-los a levar as suas vidas para a frente. Eles reagiram bem, pelo menos até agora a nossa vida familiar está tranquila e segue o seu rumo.
O ano 2007 não foi bom. Foi difícil, traumático, penoso.
O ano 2008 começou, para nós, com um sorriso de quem acredita que o futuro poderá ser assim. De paz, harmonia, tranquilidade, e muito amor...
Aprendi - de novo - a ser feliz. A acreditar que é possível sim.
E hoje, vou tomar um copo com um amigo que não vejo há já bastante tempo.
Alguém de quem já tenho saudades!
Alguém de quem gostei muito, para além da amizade!
Alguém de quem gosto muito!