16/01/08

Hospitais!!!

Ontem tive que ir ao hospital de Setúbal, pois desde domingo que tenho uma dor que deve ser muscular, mas é de tal maneira que nem consigo respirar e até me doí o cabelo e a própria da alma. Fico completamente prostrada e sem coragem de me mexer, e a tremer com arrepios de frio a pontos de não conseguir pegar num copo de água para tomar um comprimido. Depois do medicamento a "coisa" acalma, mas quando passa o efeito, lá volta ela com toda a sua força. Como tive um pouquinho de febre ontem da parte da tarde, resolvi que seria melhor passar no hospital para tentar saber qual era o meu "mal".
Escolha errada! Achei mesmo que morria por lá. Eu vou contar:
Depois de fazer a inscrição e passar pela dita triagem - isto eram nove da noite - foi-me atribuída uma ficha amarela "urgente" e seria atendida no máximo em uma hora. Fui chama pelo médico já passava e muito da meia noite. Na sala de espera - que estava completamente lotada - fui ouvindo conversas de pessoas que estavam lá desde as onze da manhã à espera do resultado de análises, outros que estavam por lá há seis horas e ainda nem sequer os tinham chamados. Comecei a ficar preocupada. O nome que mais ouvi naquele espaço de tempo foi "Sócrates", só não vou dizer aqui o que ouvi. Não há necessidade!!
Quando cheguei junto do médico - só havia três médicos de serviço - o senhor que era africano mal se fazia entender e demorava mais do que o desejado para teclar no computador e preencher a ficha. Eu já quase não conseguia estar sentada pois entretanto o medicamento deixou de fazer efeito há algumas horas e eu estava cheia de dores, daquelas "à séria"!!
Resolveu mandar fazer uma radiografia ao tórax e, segundo ele, embora não achasse necessário ia mandar fazer análises, mas teria que esperar mais cerca de três horas.
Lembrei-me das conversas que tinha ouvido na sala de espera e de imediato disse que "não". Não iria fazer as análises, pois queria sair dali rapidamente, mas faria o RX. Mandou-me aguardar na sala ao lado até me chamarem para ser acompanhada ao bloco. E eu esperei e desesperei. No momento em que decidi ir embora e me levantei para sair, apareceu a senhora para me acompanhar. Lá fui. No RX até foi rápido o serviço. Mas o que vi naqueles corredores que atravessei é de tirar a coragem a qualquer um. Macas amontoadas pelos corredores, com pessoas - idosos na sua maioria - uns gemiam, outrros gritavam, outros dormiam, alguns nem se mexiam, e o cheiro era de morrer. Uma desgraça completa!
Voltei para baixo para ser vista pelo médico de novo. E esperei mais um tanto, de novo. Entretanto enquanto estou à espera, a porta automática abriu-se e vi alguém do lado de fora, que eu não imaginava ver ali aquela hora. Levantei-me e fui lá fora. Depois de perguntar porque estava ali àquela hora, dizem-me:
- Achas que eu te deixava aqui sozinha e não vinha ter contigo? Não me conheces? Fico contigo!
Tenho que admitir, que fiquei bem melhor depois de o ver ali, até porque não estava à espera! Eram quase uma da manhã.
A certa altura o médico lá me chamou, disse que não acusava nada nos pulmões, mas que para prevenir ia receitar um antibiótico.
Bem, optei por ficar calada...
Cheguei a casa às duas da manhã, com bastante apetite pois ainda não tinha comido nada, mas as dores eram tantas que só queria arranjar uma posição confortável e aguardar que o comprimido fizesse efeito rapidamente.
Hoje estou por aqui, na mesma, assim que o medicamento deixa de fazer efeito....
Bem, no meio disto tudo, tive alguém ao meu lado durante a noite a aconchegar-me com muito carinho....