Hoje almocei sózinha - é coisa que não gosto de fazer - ao contrario de outras pessoas. Tive que fazer umas compras e como tal, não deu para almoçar com colegas, como acontece diariamente.
Resolvi o problema das compras mais depressa do que pensava, e dei por mim sentada, com o prato à frente a comer nas calmas. Soube-me bem, deixei correr o pensamento, esqueci as pessoas e o barulho que me rodeavam e...refugiei-me em ti. Se te pudesse falar neste momento e dizer-te o que corre veloz no meu pensamento, acredito que me olharias de outra forma. Sabes, na verdade se diz que a boca emite sons que saídos do raciocinio, não correspondem muitas vezes, ao que sente o coração.
Esta é aquela mensagem que te remeto todas as manhãs e deixo adormecida, a meu lado, todas as noites. Esta, é um apelo à tua recordação, um abano sincero de sentimentos, onde o recorte da tua imagem marca o espaço do meu pensamento.
Estarei eu tão repleta de ti?
Tenho sempre um mundo de coisas para te dizer e quase não te falo. Sinto-te nos perfumes que me cercam e quase não te vejo. Aperto-te nos meus braços, num misto de ternura e medo, sem que poucas vezes tenha coragem para o fazer. Bebo-te em cada taça das minhas noites perdidas e achadas. Na poesia que construo e coloco sobre o teu corpo. Na esperança com que envolvo a razão do meu futuro, onde só te vejo.
Diz-me, será que ainda sentes que circulo perto de ti? Será que à força de me queres ignorar, me lembras? Com raiva, com prazer, com ansiedade, com ternura, com indiferença?
Por dentro das minhas veias respira o amor, o doce ditador das horas loucas. E quem é suficientemente forte para o destruir?
Não terás, não, capacidade para acabares com o meu amor, pois estou fundida na tua essência, sou parte integrante da tua vida, dos teus sentidos - independente do teu querer!
Assim é...
Assim será...sempre.
Acabei de tomar o meu café, apaguei o cigarro!
O almoço acabou, são horas de voltar ao trabalho.