14/07/06

É como se houvesse um caminho desenhado pela tua voz que me leva até ti. Até à tua imagem.
Imagino-te sem pressas, com passos certos, seguros, como se esperasses o inevitável fim de dia.
Guardo em mim os teus olhos. O teu olhar penetrante, sereno!
As ausências tornaram-se insuportáveis. Sabem a amargo.
E para não sentir o amargo da falta, procuro em mim pedaços coloridos de momentos que foram supremos.
E de novo me deito ao teu lado, e desenho o teu rosto com a ponta dos dedos. Toco o teu sorriso, ou procuro a tua boca, enquanto agarro a tua mão como que a dizer que o meu corpo sente a tua falta. A falta de ti, da tua voz, das histórias, da música, da vodka com gelo, da tranquilidade que me passas.
Apetece parar o meu olhar no teu e, através dele, tentar dizer-te a paixão e o desejo que despertas.
É possível amar-te assim. Na distância. Na ausência. Na saudade.
Sem ser necessário a lembrança, as fotos, ou a recordação da tua imagem. Basta apenas saber que existes, que estás aí. Por aí!
És a fuga para o meu recanto favorito. Não és passado e és presente.
És tanto!!!