Nunca
Dos nossos lábios aproximaste o ouvido;
Nunca
Ao nosso ouvido encostaste os lábios;`
És o silêncio,
O duro espesso impenetrável
Silêncio sem figura
Escutamos, bebemos o silêncio
Nas próprias mãos
E nada nos une
Nem sequer sabemos se tens nome.
(Eugénio de Andrade)