CARTOGRAFIA
Sobe as mãos pelas minhas coxas
E encontrarás o meu caminho
Que não estará apenas nelas
Mas na delicadeza e desejo
Que tiveres nas mãos
No gemido de prazer que ouvires
No estremecer do corpo entregue.
Desce a boca pelos meus seios
E encontrarás o traçado irregular
De uma cartografia viva.
A maciez da pele
Minhas palavras todas
A dançar além do poema
No teu olhar desejoso
Na tua língua a dizer
A oração amorosa
Que quiseres
Que quisermos.
Percorre gentil,
Depois em desatino,
Todas as minhas estradas
E encontrarás uma mulher inteira.
Que procurará no teu corpo
Dedicadamente,
O teu verbo,
Teu murmúrio,
Teu espanto,
Teu grito,
Desse idioma universal
Que sabem homens e mulheres
Quando se amam.
(Eugênia Fortes)