27/02/04

RESPIRO O TEU CORPO
Respiro o teu corpo
Sabe a lua-de-água
Ao amanhecer,
Sabe a cal molhada,
Sabe a luz mordida,
A brisa nua,
Ao sangue dos rios,
Sabe a rosa louca,
Ao cair da noite
Sabe a pedra amarga,
Sabe à minha boca.

(Eugénio de Andrade)