12/05/04

Ontem, depois de jantar, estava naqueles dias em que não apetece ver televisão. Nenhum canal me parecia interessante ou despertou a minha curiosidade. Peguei num livro, não consegui concentrar-me no que lia. Desisti.
Aproveitei o facto de estar sózinha, apenas os gatos como companhia, optei por ouvir música, peguei numa folha de papel...e escrevi! Tanto que eu escrevi! Quando terminei, li e reli tudo o que passei para aquela folha branca. Não fazia sentido. Escrever para quê? Para quem? E porquê? Para mim eram importantes, afinal são o que sinto, a forma como te vejo, sempre a justificar as tuas longas ausências - apenas a tentar enganar-me a mim mesma - sempre a perguntar porque tinha que ser eu a passar por tudo isto. E sem nunca me arrepender! Sempre com a certeza de que foi bom, valeu a pena!
Há um abismo imenso entre eu e tu, os alicerces são tão frágeis que não suportariam qualquer ponte para nos unir, fosse em que sentido fosse.
Naqueles meus momentos suaves, apenas acompanhada pela presença do que sinto, do quanto gosto de ti, embora estejas ausente...transcendes! Estás para além da minha capacidade de esquecer. Já não sei onde tu começas, onde eu acabo, e onde nos fundimos. E acabo sempre a sentir aquela vertigem, nos momentos únicos, em que o meu corpo com o teu se confunde...
São apenas recordações! De que me alimento dia-a-dia!
Não há abismo que nos separe, nesses meus momentos sózinha...contigo!!!