22/11/07

Foto: Sascha Huettenhain


Escreve-me nas linhas invisíveis do branco do teu quarto, nos contornos da pele ainda salgada de um mar visitado a dois e só a dois.
Desenha-me a carvão no teu corpo molhado, que o carvão nunca fixe, mas se deixe inundar por uma só gota salgada e se desintegre nela para te não manchar os poros de negro.
Pinta-me na tua mão com uma caneta azul, não escrevas o meu nome, escreve-me a mim e às linhas que me limitam e que guardam o que de meu não podes ver, sem que me escrevas primeiro em ti.

(uma palavra vazia)