O SILÊNCIO
Quando a ternura
parece já do seu oficio fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
ainda demora,
quando azuis irrompem
os teus olhos,
e procuram
nos meus, navegação segura,
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.
(Eugénio de Andrade)