10/06/04

O SILÊNCIO
Quando a ternura
parece já do seu oficio fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
ainda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos,

e procuram
nos meus, navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

(Eugénio de Andrade)