05/06/06

Para mim amizade é algo sagrado. Já aqui disse que tenho amigos de há trinta anos ou mais. Amigos dos tempos de infância e adolescência que ficaram até hoje.
Também já aqui disse, que sou uma pessoa desconfiada! Eu sei que nem sempre isso é bom, mas acreditem que foi a vida que me fez ficar assim. Um dia alguém me disse ao telefone: olha que desconfiança é má conselheira! Tento combater isso, por vezes não consigo!
Quando sou amiga de alguém dou tudo! Por vezes, se vejo que a pessoa de quem sou amiga precisa de algo que eu não posso dar, sou capaz de pedir emprestado a uma terceira pessoa, para «socorrer» o(a) amigo(a). Sou assim!
Também na amizade quando dou não o faço à espera de recompensa.
Mas custa muito - de repente - sentirmo-nos postos de parte, principalmente quando não sabemos o motivo. Hoje notamos uma diferença, amanhã notamos outra, e aos poucos mesmo quando não queremos ver que é assim, torna-se tão evidente que não podemos continuar a fazer de conta que não percebemos que algo se passa. E repetimos a pergunta: Porquê? O que será que eu fiz? O que se terá passado?
Procuramos uma explicação, vemos e revemos e nada se encontra que justifique algumas atitudes.
E a sensação que tenho é que já não faço falta. Já não sou necessária para ajudar.
Resta-me a consciência tranquila, que dei sempre o que me foi possível e muitas vezes até o que não me era possível dar. Mas dei, sem nunca esperar nada de volta nem sequer que me agradecessem. E dei até sem me pedirem directamente!
Hoje, lembro-me que por vezes me disseram:
- Atenção não te vás magoar. Olha que a tua amizade é maior do que aquela que recebes em troca...!
Espero não vir a dar razão a quem me alertou para esse facto!!
Quem sabe é uma fase passageira? Afinal as pessoas nem sempre estão bem.
O tempo o dirá...