01/09/06

Cheguei cedo ao serviço. Eram exactamente 08.10 H da manhã quando me sentei à secretária, com um café na mão e na outra, a última edição d' O Independente.
Acendi um cigarro - o café não sabe bem sem a companhia do cigarro - e então comecei, folha após folha a ler este semanário, que já não é! Há sempre uma certa tristeza quando algo acaba. Durante dezoito anos "O Indepentende" fez parte da vida dos portugueses à sexta feira. Dezoito anos é muito tempo. Um jornal irreverente, com opiniões diversas e todas diferentes de quem o fazia e nele escrevia. Com jornalistas e não só, que todos conhecemos e cujos nomes são uma referencia. Não consigo imaginar como se sentiram hoje, neste momento, ou quando souberam que não voltariam a escrever para "O Independente". Porque eles não vão deixar de escrever. Mas deixam de o fazer naquele semanário. Alguns deles deram-lhe vida, estiveram nos seus primeiros passos, acompanharam - já de longe ou ainda de perto - a sua «vida» e hoje estão ao seu lado no "Ponto Final". Não deve ser nada fácil!
O que não consigo entender é como acaba um jornal com tantos anos e de boa leitura, e assistimos a revistas e outros tipos de leitura muito má e que se mantêm por anos e anos. O que é bom não é para ler? Afinal há tanta coisa com que nos deparamos na vida que não conseguimos entender e encontrar explicação. Esta é apenas e só mais uma!
Já aqui disse que tenho a "mania" de guardar recortes de artigos e folhas de jornais e revistas. Neste caso, não vou guardar o recorte de um ou outro artigo, vou guardar este número - o último - d' O Independente, mas inteiro. Como ele sempre foi!!!
Resta-me aqui dizer, a todos que fizeram durante 18 anos "O Independente", o meu obrigada pelo prazer da leitura.