09/03/04

É no silêncio da noite, quando estou sózinha, naqueles dias em que nada apetece, que gosto de viajar no tempo, no que passou.
As recordações acabam por se misturar com o sonho. Invariavelmente tu apareces neles. Sonhos dos quais eu tento fugir, no silêncio enorme, daquele quarto repleto de ti, onde nunca estiveste!
Insisto em manter-te ali comigo, os dois juntos, rodeados apenas pelas quatro paredes do meu pensamento. Dois corpos que se tocam, se agitam, se acariciam, com o carinho que nunca senti no teu olhar e sempre procurei nas tuas mãos. E que nunca existiu!
Quando as recordações se separam do sonho, só fica a saudade, e as lágrimas, o resto de mim, levaste contigo para parte incerta.
Continuo a perguntar-me - sem nunca compreender - o porquê? Não porque terminou, mas porque te foste sem um palavra, para que eu pudesse simplesmente entender o porquê da tua partida, por esse mundo tão longe e diferente do meu.
Sem uma palavra. Tua!!!