Ontem esteve um dia já com cheiro intenso à Primavera que se adivinha perto. Apeteceu-me aquele sol. Enfiei uma calças de fato de treino, uma t-shirt, meti o meu livro, que tem andado meio esquecido, na mala e corri para a praia. Desta vez optei pelo Portinho da Arrábida!
Quando lá cheguei, respirei bem fundo aquele ar com cheiro a maresia e procurei um sitio calmo, para me dedicar à leitura. Mas antes quis saborear aqueles momentos sózinha, deitei-me na areia e fechei os olhos....
Pode parecer que estou sózinha, mas não, tu estás aqui ao meu lado, mais perto do que se realmente ali estivesses fisicamente. Não houve palavras trocadas entre nós. As nossas mãos falam tão bem, os nossos silêncios dizem mais que mil palavras, porque o desejo está na ponta dos dedos! Nos meus mora o desejo por ti, que é constante. Sem olhar nos teus olhos, abro a tua camisa, toco o teu peito, sinto o teu cheiro. Despes-me! Deixo-me ir, levada pelas tuas mãos, pelo estremecer, pelo calor que me queima...as mãos perdidas em ti, as tuas perdidas em mim, percorres-me, conheces cada recanto do meu corpo, sabes de cor onde mora o meu desejo.
O teu corpo deita-se sobre o meu! Dois corpos que se moldam um no outro.
Dois corpos que se tornam um só, quando entras em mim, o desejo torna-se grito abafado, sussurro ao ouvido, beijo quente em lábios molhados, beijo teu... prazer!
Um prazer que só tu sabes dar! Que só contigo quero ter!
O sonho sente-se. No meu sonho, naquela praia quase deserta, senti-te. Tive-te! Foram uns segundos irreais, ou reais? Não importa, porque embora nunca tenha ouvido essa voz rouca de que tanto gosto, ainda tenho as marcas do prazer que as tuas mãos em mim provocaram.
O sonho sente-se....
Eu senti-te, em mim!