21/04/04

ANIMAÇÃO - RASCUNHOS DE BORDO...
A beleza das coisas encontra-se na profunda simplicidade de uma origem. Na ausência de perguntas que saciem a curiosidade de uma essência. Resulta no conhecimento da sua beleza, sem no entanto se saber a origem de tal natureza e ocorrência. São belas porque algo em si realça a divina existência que possuem. O espelho do seu corpo e da sua matéria, originam miragens e viagens poderosas, em quem as contemplam e se deixam minar pela sua profundeza e limpidez transcendental. A divindade de um sorriso rasga o oceano de lágrimas salgadas, quando nesse sorriso reconhecemos uma magia e um profume únicos, dos quais não possuímos nem conhecemos a constituição ou os ingredientes. Uma planta cresce no seu meio, desflora a passagem e mina de brilho quem por ela se deixa absorver. Mas uma vez resgatada do seu meio, ou meramente copiada, ela perde a sua sedução afrodisíaca, parecendo um oásis aprisionado no passado não muito distante. Deveremos ter consciência, como animadores, de que as pessoas com que convivemos, com que trabalhamos e para quem trabalhamos, têm o seu meio e as suas características individuais e grupais. E mais importante que tudo, todas elas escondem em si capacidades e faculdades, uma beleza que as faz diferentes, na sua igualdade, perante os outros.

(Ray_Manzarek)