12/10/06


Hoje é mais um dia. Apenas mais um dos muitos em que não te sei. Hoje, também não te vi.
Nem por isso o tempo se detém. Os ponteiros do relógio continuam a avançar! Imparáveis. Os dias nascem e morrem...um após outro!
Hoje, como ontem, pergunto-me por onde andarás? Neste preciso momento, estás algures por aí, sem que o tempo deixe de passar.
Em mim mantém-se a certeza da existência do teu sorriso bonito, do teu andar calmo, da tua voz que em mim tem a forma de desejo, do brilho do teu olhar, o aroma da pele macia. Sinto os teus movimentos na distância. Ouço-te respirar.
O pensamento - o meu - procura-te na tentativa de ir ter contigo. Não te encontro. Não te sei!
Perco-me de ti, no ruído constante da tua ausência. Nos silêncios da distância que me separa de ti. O matraquear do passar do tempo no relógio é ensurdecedor.
Mas, sempre que tu queres o relógio detém-se. O tempo imobiliza-se e dou comigo a desejar-te em cada segundo parado no tempo. Penso que te desejei mesmo antes de te conhecer. Como se soubesse que um dia, o passar interminável do tempo te traria até mim.
Como se fosse um segredo meu - só meu - dou comigo a acreditar que um dia destes vou ouvir a tua voz de novo. Fico quieta, como se tivesse receio de acordar o sonho.
Abro os olhos e esboço um sorriso - não de surpresa, nem de espanto - mas pela certeza de que, apesar da ausência, apesar do tempo não parar, continuo à espera e a querer-te muito!!!