Há dias "tropecei" (no bom sentido), com alguém numa loja. Ontem, foi num restaurante. Daqueles encontros que acontecem e que não estamos, em absoluto, a contar com eles. Quando ouvi, atrás de mim, aquele "olá...", não reconheci a voz de imediato, talvez devido ao barulho que estava ou porque há já vários meses que não falava com essa pessoa assim, frente a frente, ou porque esperava encontrar ali qualquer outra pessoa, menos aquela!
Quando me virei e encarei aqueles olhos não sei se consegui disfarçar a surpresa. Houve uma troca de palavras muito formais, e senti entre nós um imenso vazio que nos separava. Um abismo! Senti-me uma estranha. E doeu! Doeu cá dentro. Nada nos liga!
Quando me virei e encarei aqueles olhos não sei se consegui disfarçar a surpresa. Houve uma troca de palavras muito formais, e senti entre nós um imenso vazio que nos separava. Um abismo! Senti-me uma estranha. E doeu! Doeu cá dentro. Nada nos liga!
É certo que o afastamento que aconteceu entre nós - ou melhor o corte total - não me surpreende, porque está tudo a acontecer como eu previa! Eu sabia que ia ser assim! Mas, na minha opinião, não havia necessidade! Ou será que havia? Se analisar friamente o assunto - sem me querer poupar a mim mesma, porque as verdades podem magoar, mas há que encará-las e eu sempre preferi a verdade - este afastamento total era previsível, porque pertencemos a mundos diferentes, onde eu não tenho lugar por isso mesmo, frequentamos lugares diferentes e temos muito poucos amigos em comum! Qualquer destes motivos era mais do que suficiente para nos afastarmos, imagina tudo isto junto... E assim aconteceu!
Quando aquele breve encontro terminou - não sei como consegui dar um passo para me ir embora - e enquanto caminhava na noite fresca, tive a certeza que tinha chegado o momento de encerrar a minha história. De escrever o "The End" e fechar o livro definitivamente.
Fica uma história bonita para contar! Talvez um dia quando a minha filha tiver o seu primeiro namorado, ou o seu primeiro "desgosto" de amor, eu me sente na frente dela e lhe conte a história de uma mulher que ousou amar - talvez demasiado - alguém que estava fora do seu alcance, e de um homem que se deixou amar! Que tinham vidas e mundos diferentes. Mas houve momentos em que ouviram juntos a mesma música, riram juntos da mesma piada, brindaram à vida de cada um, saborearam a mesma comida, trocaram sms com carinho, mas um dia a "Bi" cometeu um erro fatal, que foi ter chorado encostada ao peito desse homem de quem ela tanto gostou. Mas essa história não terminou com lágrimas, terminou sim com aquele sorriso que ela estará a ver no meu rosto no momento em que acabar de lhe contar a minha história.
Tudo na vida tem um limite. Sempre achei que no amor não havia esse limite, mas hoje e por diversos motivos, chego à conclusão de que o amor - o não correspondido - tem limites, sim...
Mas uma coisa eu irei garantir à minha filha, é que ninguém morre de amor! Ou pela falta dele!