09/05/07

Ontem sai aqui do serviço já pouco faltava para as onze da noite. Apenas acompanhada pela música, consegui adiantar algum serviço que tem prazo - curto - para estar pronto. Processos já arquivados e que uma «mente iluminada» resolveu que afinal havia pequenas coisas para acrescentar. Enfim! Manda quem pode, obedece quem deve...!
Fiz o regresso até casa, com toda a calma para desfrutar da noite morna. Já tinha saudades daquelas temperaturas.
Inevitavelmente o meu pensamento voou até junto de alguém. Converso, faço muitas perguntas, ás quais - também invariavelmente - não tenho respostas.
É engraçado sabes, porque quando o teu rosto me "aparece" e eu o fixo, consigo ver com toda a clareza as longas pestanas negras que emolduram os teus olhos. Chego a esboçar um sorriso, quando recordo a forma como o teu olhar pousava em mim, umas vezes semicerrado, outras vezes com alguma interrogação, outras vezes era sereno - deixavam adivinhar um sorriso meio escondido - outras apenas sem nenhuma expressão e eu tentava adivinhar, em silêncio, o que estaria por detrás daquele olhar. Fazer-te alguma pergunta estava fora de questão, eu sabia que quando me dirigias aquele olhar, não adiantava fazer perguntas... não haveria nenhuma resposta!
Ontem os teus olhos guiaram-me até casa! E pela primeira vez não encontrei neles nenhuma expressão conhecida por mim. Fixei o meu olhar no teu, e pensei cá para mim: o que esse olhar me transmite é exactamente o que ficou de nós.... nada!
Deixaste saudades, mesmo antes de partires...!!!