28/03/06

Como já aqui disse, depois do almoço resolvi aproveitar este sol e a temperatura amena, para dar uma voltinha.
Naturalmente que nestes passeios, nunca estou só! Posso até estar sózinha, mas jamais me encontro só. O pensamento não me permite isso e invariavelmente alguém me acompanha! E também invariavelmente, sinto uma paz e uma tranquilidade enormes. Sinto-me tão bem que posso até dizer que sou quase feliz. Digo quase, porque ao longo da nossa vida nunca alcançamos a felicidade plena, desejamos sempre algo mais! Por vezes até o impossível, e esse impossível vai alimentando os nossos sonhos. Vamos "romanceando" a verdade que está ali - escarrapachada - na nossa frente, que não queremos ver, que achamos não é bem assim, que poderá ser diferente amanhã! O tempo passa, e um dia somos obrigados a não ignorar por mais tempo a realidade.
Depois, apenas resta aceitarmos - ou não - viver com essa verdade.
A certa altura do meu passeio, e a determinado momento dos meus pensamentos, apercebi-me de que há situações, que já não me magoam, já não fico a pensar nelas, já não são importantes, e que perante elas - as situações - não voltarei a baixar os olhos para fingir que não vi, que não percebi, e que desejei que tivessem sido comigo!!
Eu não sei porque deixei de sentir essa dor, ou porque já não me magoa só o relembrar de alguns desses momentos, como quando alguém me dizia "fui almoçar com...!" e eu me sentia excluída e sem qualquer hipótese de «competir», até ao nível da amizade, com aquela amiga! Não havia «espaço» para mim, ali naquele "meio". Quando por vezes me olhava nos olhos - ao espelho - e dizia a mim mesma: quem és tu, para te permiteres esse sonho tão alto?
Sei apenas, que já não dói, que já não sinto lágrimas nos olhos, como tantas vezes aconteceu!
De uma forma muito serena, cheguei a esta conclusão.
Falta-me apenas descobrir o porquê.
Habituei-me a essa verdade? Ou será que, finalmente, tenho a plena noção do «lugar» que ocupo na tua vida?
Não sei...!!!