28/02/07

Foto: desconhecido

...
Eles não sabem, nem sonham,
Que o sonho comanda a vida
Que sempre que um homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos de uma criança.

- António Gedeão / Pedra Filosofal -
Jardim contra Sócrates

Desde o início que o Governo geriu a aprovação da nova Lei das Finanças Regionais para atingir Alberto João Jardim. Era mais importante atacar Jardim do que defender a racionalidade da lei. Era mais importante confrontar o estilo de Jardim com a suavidade nos Açores de Carlos César do que justificar a mudança. Mesmo que Jardim aceitasse com resignação a nova lei, o Governo iria provocá-lo até onde pudesse. Um conflito com Jardim era ideal para o Executivo de Sócrates. Para começar, permitia ver Jardim na posição de um despesista agarrado ao Orçamento do Estado, numa altura em que o Governo faz cortes e jura que contém o défice. Não interessava que, pelo meio, o Governo reduzisse um presidente de uma região autónoma ao estatuto de um quezilento chefe de divisão pública a quem fecharam a torneira. Também ninguém se iria lembrar que, por mais reservas que o regime estadista e populista de Jardim suscite, esse regime serviu para desenvolver a Madeira, criando uma classe média como não há em muitas partes do país. Mas até isto o Governo quis: o modo como Jardim usou o dinheiro a mais que recebeu do "continente" tornou-se uma questão secundária. O alvo era de facto ele.

Talvez se encontre outra razão. Com o PSD em crise de identidade e mesmo que os portugueses de fora da Madeira encarem Jardim como um político acrimonioso, ele representa um dos últimos vestígios da supremacia do PSD na política portuguesa. Ganhou sempre na Madeira porque marginalizou a oposição, mas também porque nunca apareceu um anti-Jardim à altura. E não apareceu porque, para os madeirenses, o PSD é mais confiável para governar do que o PS e defende-os melhor do que o PS. Jardim nunca ignorou esse sentimento sectário. Por isso, a sua estratégia de conflitualidade contra o continente tem sido sempre contra um aparelho que apelida de "socialista", uma Constituição "socialista". A guerra que Sócrates lhe declarou é também por isso.

Jardim fez bem em demitir-se. Naturalmente, não foi eleito a contar com esta alteração de pressupostos políticos e não quer ser responsabilizado no futuro por aquilo que não pôde fazer. Quer um julgamento agora e quer um julgamento também sobre José Sócrates. Até onde quer ir, se ganhar a Sócrates, é que ainda não se sabe.

- Pedro Lomba in Opinião DN -
A vida é feita de cores.
Por vezes a mesma cor, em diversas tonalidades...

27/02/07

Foto: Carlos M.Pereira

Enquanto escrevo vou estendendo as frases que as palavras compõem, até onde me é permitido. Como se houvesse um limite.
E quando atinjo esse limite - o meu limite - ultrapasso as palavras, e sinto que se vão soltando, que se elevam soltas, leves, como se voassem.
E quando se misturam, numa dança eterna de sentimentos, formam perante o meu olhar atento, um poema... um nome!!!
Foto: Ivone Peoples
A vida é feita de cores.
E de contrastes...

26/02/07

Foto: Gódas
Sentir, é a mais sublime e a mais rara forma de viajar...
A seguir ao almoço....
A inevitável pergunta do dia, de quem passa por mim:
- Portanto voltámos ao loiro!
- Pois, a pedido de várias familias....!!!
Tenho que admitir que o fim de semana foi uma animação.
O Ministro da saúde, dá um passo à frente e dois para trás. Abre a boca e é disparate seguido de disparate. Sócrates tenta deitar a mão e pôr ordem onde não há nenhuma.
Depois temos os "mimos" trocados entre José Mourinho e Jaime Pacheco. O primeiro diz que o segundo tem um «só neurónio e que até esse está avariado». O segundo diz que o primeiro «como toda a gente sabe, mas ninguém diz, é doente metal». Instala-se a dúvida e ficamos a pensar qual dos senhores terá razão...!! Acho, que neste caso, há um empate!
Ainda melhor que este empate só mesmo o do Sporting com o Aves!
Com toda a "dranquilidade"...!!!
A vida é feita de cores.
Hoje o amarelo, como o sol de verão que já tanto apetece!!
Bom dia.

23/02/07

Foto: Karula

E assim encerro mais uma semana... em beleza, como podem ver!!!
Foto: Carlos Sousa

Existes na pele do meu quotidiano, como se fosses uma promessa entranhada em mim, de tudo quanto ainda tenho para fazer.
Como se fosses a força de que necessito, para o que me resta viver...
Eu, serei sempre a vontade de te ter!!!
Dínamo Bucareste - 1 / Benfica - 2
E já estamos nos oitavos de final.
A seguir ao almoço....

Foto: da photography

O Teu Retrato

Deus criou o homem e a mulher e logo depois o cavalo, que tem a força do homem e a beleza e sedução da mulher.
Eu criei-te a ti, dentro de mim.
Criei-te intuição, sensibilidade, força, determinação, beleza, sedução.
Criei-te e recriei-te, em cada momento dos nossos olhares; das palavras escritas ou ditas nunca renegadas; nas noites perdidas e tão desejadas.
Criei-te nos amanheceres frios e húmidos duma cidade senil e triste e recriei-te no anoitecer calmo duma cidade gentil e alegre. Criei-te no momento em que as nossas bocas se uniram e recriei-te docemente nesse em que nossos corpos se colaram.
Das imagens, das sensações, dos gestos, dos vazios, das emoções, fiz o teu retrato e contemplei-o, embevecido, serenamente.
Não te dei palavras, nem poemas, nem promessas. Não te enchi de fútilidades em jogos de sedução ventríoloquos. Não houve lugar a rancores, nem dores, quando parti.
Apenas tristeza por não seres minimamente como te senti.

- Luis Eusébio -
A vida é feita de cores.
Adivinhar a proximidade do verão, os finais de tarde, quando o pôr do sol adquire os tons rosa, passando pelos laranja na promessa de um novo dia quente...!!

22/02/07

Foto: Renoux

No fim de semana passado, em amena conversa com um amigo, a certa altura contei-lhe um episódio recente na minha vida.
E disse-lhe que lamento muito que hoje em dia, as pessoas sejam avaliadas e tenham algum valor pelo seu aspecto físico. Só o aspecto físico lhes permite conhecer outras pessoas que, à primeira vista, pensamos se aproximam de nós com as melhores das intenções. Errado! Quem não tiver um "palminho" de cara e/ou um corpo minimamente interessante, é excluído de fazer certas amizades e novos conhecimentos. O que as pessoas são, para além da sua aparência - daquilo que os olhos vêem - não tem valor! Não tem importância! Não interessa! As "amizades" de hoje são meramente físicas.
Quando se trava esse conhecimento, só podem acontecer duas coisas: ou as duas pessoas em questão, estão fisicamente interessadas nessa amizade e a coisa corre bem e resulta enquanto os dois quiserem, ou até um deles se cansar e arranjar um(a) novo(a) amigo(a) e "tchau" foi bom mas acabou, ou se por acaso uma das duas pessoas está só e apenas interessada em fazer uma nova amizade verdadeira e não física, aí após duas ou três saídas o "amigo da aparência física" pura e simplesmente desaparece...! Ou então se não houver aquela bela aparência física, há outra tão ou mais interessante hoje em dia, que é a "amizade pela conta bancária", ou a "amizade pelo nome de família", ou ainda a "amizade pela figura pública". O resto não interessa...!
Conheço pessoas que «enchem» a boca com amigos. Este é meu amigo. Aquela é minha amiga. O outro(a) são meus amigos. Muitos amigos! Paletes de amigos! E de repente essa pessoa que tem imensos amigos(as) tem um probleminha na vida e... onde estão esses amigos todos? Nem um aparece!! Essas amizades estão só na agenda do telemóvel com muitos números, nos jantares em restaurantes caros, nos copos aqui e ali. Esses são os amigos para os outros verem e saberem que até conhecemos. Nessa altura aparecem aqueles, que até não são muito amigos, mas que servem para nos resolver os problemas quando é preciso! Há pessoas que, por vezes não querem - ou não sabem? - distinguir entre conhecidos e amigos! E é muito diferente, acreditem!
Pois eu dispenso essas "amizades"!!
Hoje em dia sou uma pessoa desconfiada q.b., porque a vida e as pessoas me obrigaram a ser assim. E dizem-me que, «desconfiança é má conselheira», pois acredito que sim, mas tenho provas concretas do que aqui acabei de escrever.
Agora, provem-me o contrario! Se for possível!!!
No entanto fica sempre um ensinamento das nossas experiências de vida!
Ficamos sempre a ganhar alguma coisa! Para o futuro! E a dar mais valor aos nossos verdadeiros amigos! Aqueles que nos vêem para além do aspecto físico! Porque esse com o tempo desaparece! Pouco ou nada sobra dele!
Mas as verdadeiras amizades, essas são eternas...!!
Foto: Monteiro

Há noites que nunca deveriam ter terminado.
Delas ficou o sabor a beijos ainda por dar.
De futuros desenhados na pele em gestos de artista.
O amanhecer interrompeu sonhos de uma vida que era a dois...
Acordei!!!
Foto: Adilson Faltz
A seguir ao almoço...
Hoje recebi um email que diz assim:

"Desde já peço as minhas desculpas por este meu atrevimento. É com alguma relutância que o faço mas não consigo resistir à tentação. Foi através de uma figura conhecida da nossa praça que cheguei ao seu blogue. Desde então visito-o com regularidade não só porque aprecio a sua escrita mas, e sobretudo, porque admiro a forma positiva com que você encara a vida apesar das contrariedades que esta lhe tem reservado. Passamos a vida a tentar alcançar alguma coisa, perseguindo sonhos, acreditando que quando tivermos isso, teremos a felicidade. Mas não é assim. A existência está no caminho não no final. Não importa o quão belo, importante ou especial seja o que pretendemos. A última paragem é sempre a morte. Se não soubermos ser felizes, ser melhores, ser quem queremos ser no trajecto, também não é no final que encontraremos isso. Essa é a razão pela qual devemos desfrutar do momento. A vida está cheia de tesouros que as pessoas perseguem, são coisas que elas acreditam que essa mesma vida lhes proporciona, mas costumam ser miragens e, por vezes, alcançando o seu ansiado desejo, uma pessoa só encontra o vazio entre as mãos. O verdadeiro tesouro está no caminho, na emoção da procura, na tensão do desejo em vez do relaxamento da saciedade. Acredito na fruição do momento, no carpe diem. O importante é a emoção, os instantes vividos na busca da felicidade. É isto que eu tenho aprendido consigo e estou-lhe grato por isso."

O email vem devidamente identificado, e como sempre vai ter uma resposta minha.
Mas, para já, fica aqui o meu obrigada pelas suas simpáticas palavras.
Foto: Joaquim Silva
Hoje de azul. O azul do FCP! O azul do Chelsea! A festa adiada da equipa de Mourinho, porque não tenho dúvidas de que o Porto perde na segunda volta com o Chelsea, se jogar como jogou ontem.
O que gostei mais da minha ida ao Porto foi de ver e estar com o meu grande amigo, de quem já tinha imensas saudades.
A volta foi sempre com muita chuva.
Cá estamos!!!

21/02/07

Agora, vou dar um saltinho ali ao Porto para ver a equipa deste senhor jogar.
Volto já!!!
A vida é feita de cores.
Hoje de verde, a cor da esperança...

19/02/07

Foto: Ivolgin
Por vezes é necessário sair da vida das pessoas,
para que elas percebam o quanto as amamos...
Pensava eu que ia ter um fim de semana tranquilo e passado em casa.
Não foi bem assim. Sábado sai de casa para jantar e cheguei a casa no domingo já passava das sete da manhã. O resto do dia foi passado na preguiça completa. Li, vi televisão, ouvi música, arrumei, limpei, e ainda passei a ferro. Houve tempo para tudo.
Depois de ver os episódios de CSI Miami e CSI Las Vegas... apaguei! Foi dormir directo até hoje!
"De súbito , o homem do quiosque de Lisboa a quem eu pedira os meus jornais habituais interpelou-me:
- O senhor é do Norte, não é?
Respondi-lhe que não, que nasci na Bairrada e que resido há quase 40 anos em Coimbra. Fitou-me perplexo.
Logo compreendi que do ponto de vista de Lisboa tudo o que fique para cima de Caneças pertence ao Norte, uma vaga região que desce desde a Galiza até às portas da capital. Foi a minha vez de indagar porque é que me considerava oriundo do Norte. Respondeu de pronto que era pela forma como eu falava, querendo com isso significar obviamente que eu não falava a língua tal como se fala na capital, que para ele, presumivelmente, não poderia deixar de ser a forma autorizada de falar português. Julgava eu que falava um português padrão, normalmente identificado com a forma como se fala "grosso modo" entre Coimbra e Lisboa e cuja versão erudita foi sendo irradiada desde o século XVI pela Universidade de Coimbra, durante muitos séculos a única universidade portuguesa. Afinal via-me agora reduzido à patológica condição de falante de um dialecto do Norte, um desvio algo assim como a fala madeirense ou a açoriana. Na verdade - logo me recordei -, não é preciso ser especialista para verificar as evidentes particularidades do falar alfacinha dominante.
Por exemplo, "piscina" diz-se "pichina", "disciplina diz-se "dichiplina". E a mesma anomalia de pronúncia se verifica geralmente em todos os grupos "sce" ou "sci": "crecher" em vez de "crescer", "seichentos" em vez de "seiscentos", e assim por diante. O mesmo sucede quando uma palavra terminada em "s" é seguida de outra começada por "si" ou "se". Por exemplo, a expressão "os sintomas" sai algo parecido com "uchintomas", "dois sistemas" como "doichistemas". Ainda na mesma linha a própria pronúncia "de Lisboa" soa tipicamente a "L'jboa". Outra divergência notória tem a ver com a pronúncia dos conjuntos "-elho" ou "-enho", que soam cada vez mais como "-ânho" ou "-âlho", como ocorre por exemplo em "coelho", "joelho", "velho", frequentemente ditos como "coâlho", "joâlho" e "vâlho". Uma outra tendência cada vez mais vulgar é a de comer os sons, sobretudo a sílaba final, que fica reduzida a uma consoante aspirada. Por exemplo: "pov" ou "continent", em vez de "povo" e de "continente". Mas essa fonofagia não se limita às sílabas finais. Se se atentar na pronúncia da palavra "Portugal", ela soa muitas vezes como algo parecido com "P'rt'gâl".
O que é mais grave é que esta forma de falar lisboeta não se limita às classes populares, antes é compartilhada crescentemente por gente letrada e pela generalidade do mundo da comunicação audiovisual, estando por isso a expandir-se, sob a poderosa influência da rádio e da televisão.
Penso que não se trata de um desenvolvimento linguístico digno de aplauso. Este falar português, cada vez mais cheio de "chês" e de "jês", é francamente desagradável ao ouvido, afasta cada vez mais a pronúncia em relação à grafia das palavras e torna o português europeu uma língua de sonoridade exótica, cada vez mais incompreensível já não somente para os espanhóis (apesar da facilidade com que nós os entendemos a eles), mas inclusive para os brasileiros, cujo português mantém a pronúncia bem aberta das vogais e uma rigorosa separação de todas as sílabas das palavras.
(...)
Quando deixei o meu solícito dono do quiosque lisboeta do início desta crónica, pensei dizer-lhe em jeito de despedida, parafraseando aquele episódio brasileiro: - Sabe, a língua portuguesa caminhou de norte para sul... Logo desisti, porém. Achei que ele tomaria a observação como uma piada de mau gosto. Mas confesso que não me agrada nada a ideia de que, por força da força homogeneizadora da televisão, cada vez mais portugueses sejam "colonizados" pela maneira de falar lisboeta. E mais preocupado ainda fico quando penso que nessa altura provavelmente teremos de falar em inglês para nos entendermos com os espanhóis e - ai de nós! - talvez com os próprios brasileiros."

- Vital Moreira -
A vida é feita de cores.
Por vezes é assim que a vemos...cor de rosa!!!

16/02/07

Foto: Paulo Silva

Numa daquelas espreitadelas diárias pelos blogs, leio que alguns estudiosos chegaram à conclusão de que o tempo máximo de uma paixão é de um ano. Ao fim desse tempo começa a esmorecer, é matemático!
Fiquei a pensar no assunto. Mas que raio tem a matemática a ver com os sentimentos?
Claro que a paixão normalmente está ligada ao lado físico, e se não tiver algo mais profundo a sustentá-la, está realmente condenada. Dá forte mas passa depressa! Mas essa paixão associada ao amor verdadeiro pode durar uma vida, porque se a paixão física se esgota fica o amor pela pessoa e esse é que é realmente válido. Esse pode não passar, pode durar muito tempo!
Quando se ama de verdade, amamos a pessoa no seu todo. Amamos o corpo, amamos a sua voz, os seus gestos, o seu sorriso, até os seus defeitos, amamos aquele ser completo. Completamente!
Ao longo da vida vamos tendo mais a percepção do amor verdadeiro. Em determinadas idades amamos muito - pensamos nós - mas ao menor "contratempo", esse amor que pensávamos ser especial... acaba!! E logo sentimos e encontramos outro, e outro, e mais outro!
Mas a idade vai avançando, e um dia deparamos com um sentimento sem tamanho, consistente, verdadeiro, sereno, consciente, que nos faz bem, até quando não é correspondido. E sentimos que esse sentimento veio para ficar, aprendemos a viver com ele, a senti-lo tão grande e tão vivo cá dentro mesmo sabendo que não o poderemos dar. Só nos é permitido sentir!
O tempo avança, esse sentimento existe, está ali tranquilo, volta e meia agiganta-se cá dentro parece que nos sufoca, aprendemos a viver com algo que nos falta sempre, um vazio preenchido por ausência, por saudades, e que simplesmente não conseguimos substituir por outro. Nada o pode substituir, porque não depende da nossa vontade.
O verdadeiro amor, pode sim existir mesmo sem receber nada de volta. Mesmo que a pessoa por quem o temos, jamais tenha sentido paixão, ou amor, absolutamente nada por nós!
Esse sentimentos só não pode ser humilhante para nós, não pode ser um vicío, não pudemos viver dependentes dele, não nos pode limitar a vida, não nos pode tirar a capacidade de dizermos "não quero", não pode tirar-nos a vontade de sorrir, não nos pode «cegar» ao ponto de deixamos de ver quem nos rodeia, assim passa a ser algo doentio, que não nos faz bem. E nessa altura sim, tem que ser esquecido, destruido.
E acreditem que não há matemática que nos valha....!!
Só nós próprios e a capacidade de aceitarmos e sabermos viver com esse amor!
E também de desistir!!!
Foto: Kazuo Okubo

Há músicas que nos trazem tantos momentos, tantas lembranças.
Quando as ouvimos, fechamos os olhos e acontece tudo o que nos apetece...
Mas também elas acabam...!!!
Foto: Raul Alexandre
A vida é feita de cores.
Hoje de branco, como as nuvens...

15/02/07

Ontem jantei aqui. O restaurante chama-se "Tertulia do Loreto", que eu não conhecia, mas foi-me aconselhado há já algum tempo. Reservei mesa para as 22 horas - e não foi nada fácil - lá fui buscar o meu amigo ao aeroporto e depois seguimos para os lados do Chiado e deparamos com uma aventura que se chamava "estacionar o carro". Os parques estavam todos «completos», havia carros e gente por todo o lado. Depois de voltas e mais voltas lá consegui estacionar no último piso do Parque do Chiado. Conforme descia piso após piso e nunca mais arranjava um lugar, a certa altura disse: bem, por este andar vamos jantar do outro lado do mundo pois nunca mais paramos de descer....finalmente um lugar, tão desejado.
Bem, após aquela aventura, lá entramos no restaurante onde a nossa mesa esperava por nós. O ambiente é agradável, simpático, e realmente não havia uma única mesa vaga. Saboreei uma deliciosa cataplana de peixe e provei o bacalhau com broa que também me pareceu bom. As caipinhas são razoáveis e o vinho tinto soube-me bem, embora não me lembre qual era, pois não fui eu que escolhi e esqueci-me de reparar nesse pormenor.
Quando saimos do restaurante já passava da uma da manhã e aí sim, reparei que havia imenso trânsito e muita gente naquela zona e àquela hora. O trânsito era tanto que cheguei a casa eram quatro da manhã....
Tive que dormir depressa para dormir muito, pois às sete e meia já estava no banho!!
As noites deviam ser maiores, porque assim não há tempo para dormir! Não se pode ter tudo!!
Porque será que os amigos só me enviam sms, quando o meu Benfica perde?
Ontem o Benfica ganhou e.... nada! Nem uma sms, nem um postalinho, nem uma cartinha, uma palavrinha... Zero! Silêncio! Absolutamente nada!!!
É muito fair play... só o meu amigo do "Berra Boi", me desejou boa sorte!
Mas no domingo - the day after daquele jogo que foi uma injustiça, porque o Benfica marcou 2 golos, contra 1 do Varzim e perdeu o jogo, a vida não é justa - até me telefonaram a perguntar se Varzim se escrevia com "s" ou com "z"... Muito sentido de humor, digo eu!
No próprio sábado, recebi várias sms de alguns amigos e no final do jogo - ainda o árbitro tinha o apito na boca - já me estavam a ligar!
Tranquilamente - sentada de camarote - aguardo a altura certa para lhes cantar aquela música muito conhecida: "Cá calharás..."!!!
E porque a vida é feita de cores...
Hoje de vermelho, a cor da Vitoria!!!
Ontem ligam-me a dizer:
- Amanhã vão entregar ai no teu serviço uma encomenda. São miscaros que mandei para ti!
Bem, de imediato lembrei-me de um amigo, alguém que gosta muito e até já falámos algumas vezes em fazer este petisco.
Ora muito bem, vou então cozinha-los, dividir em doses e congelar!
Depois direi se a primeira dose estava boa.

14/02/07

Boa sorte para o meu Benfica.
Agora vou ao aeroporto buscar um amigo e de seguida vamos jantar!
Boa noite!!!
E de repente deparamos com as opções! Qual delas...?
É o momento, aquele momento em que estamos completamente conscientes da violência da escolha! Exactamente no instante em que temos de as fazer. Porque não se pode adiar uma vez mais, não se pode continuar no "faz de conta"! Há que decidir, optar, escolher...
E temos então a certeza de que cada escolha que fazemos é uma renúncia a outra que se fez ou gostariamos de fazer.
Sabemos perfeitamente que toda a decisão tomada é o recusar definitivo de qualquer outra possibilidade...
Tenho óptima memória para fixar números. Associar um nome a um rosto, nomes de ruas, e coisas do género.... é complicado!!! No entanto fixo facilmente datas, números de telefone, matriculas e tudo o que tenha números.
Dou muita importância a datas que são para recordar.
Durante os anos em que fui casada fiz sempre questão de lembrar e festejar determinadas datas e naturalmente aquele dia. Nos seis primeiros anos, preparava um jantar especial e comprava sempre um presente. Ano após ano, quando nos sentávamos à mesa eu ouvia a mesma conversa: "desculpa, esqueci-me que dia era hoje"! No sexto ano consecutivo, quando uma vez mais me iam pedir desculpa pelo esquecimento, tranquilamente respondi: "não vai haver mais desculpas, porque nunca mais festejamos ou sequer falamos neste dia". Assim foi, aquele passou a ser um dia igual a tantos outros. Nada havia para lembrar ou festejar. Até o dia do meu aniversário chegou a ser esquecido!
Não me recordo de alguma vez receber um presente no dia dos namorados! Nunca!
Inconscientemente ou não, vamos ficando indiferentes ao que era tão importante para nós. Para mim! Aquelas datas que os outros não lembram e que nós não esquecemos! Sentia-me magoada, não porque não recebia um presente, mas sim porque aquele dia tão importante para mim nunca era lembrado. E com o passar dos anos, aprendi talvez para "defesa própria" a ser indiferente!
Mas há um dia em que nos "agarrarmos" a qualquer coisa para salvar o que sabemos não tem salvação possível, e assim, no décimo quinto aniversário do meu casamento recebi um anel, lindíssimo e demasiado caro! Olhei para aquela jóia e nada senti! Nem um sorriso esbocei. O único valor que tinha para mim, era porque tinha sido escolhido pela minha filha. Levantei os olhos e disse:
- Obrigada é lindo, mas já vem demasiado tarde...
Daqui por alguns anos aquele anel será da minha filha, o anel que ela escolheu para o pai oferecer à "Bi", e que afinal foi um presente que chegou fora de tempo!
Diariamente dou uma vista de olhos por alguns blogs.
E vou encontrando recados, insinuações, mensagens lidas nas entrelinhas, para chegarem a alguém. Estão ali, basta dar alguma atenção para se perceber.
Só não sei, se tudo isso chega ao destino, se a pessoa para quem elas são escritas as lê e lhe dá o devido valor...!
A vida é feita de cores.
Hoje de azul, que é a cor do amor...

13/02/07

Foto: Sascha H.

A única marca que deixei na tua vida... foi o desenho de um traço vazio!!
Com um brilhozinho nos olhos

Perto de minha casa há uma florista. A avaliar pelo entra-sai, há muita clientela a comprar flores (e a que preços!). Mas hoje, não é a clientela no geral que me interessa. São os homens. Reparo com atenção quando saem com os seus ramos de flores (gostam muito de rosas, os cavalheiros), com alguma timidez, embaraço, sem jeito, a atravessar a rua em passo de corrida, pode ser que ninguém os veja, Deus queira que ninguém os aborde. O homem com quem hoje me cruzei, por exemplo, com um valente ramo de flores, quase que poderia dizer que sorria. Um sorriso apertado, envergonhado, indecifrável, mas era um sorriso. Como se o acto de transportar aquele ramo não estivesse na sua natureza, receoso que alguém lhe adivinhasse os pensamentos, o destinatário, lhe descobrisse a intenção, lhe capturasse o momento. No entanto, aquele homem sem jeito e possivelmente sem hábitos de florista, sorria. Aquelas flores tinham uma história, talvez fossem o início ou mais um momento de uma história. Um romance, pensei logo. Um ramo de flores para fazer alguém feliz. E quando o homem se cruzou comigo, percebi que a felicidade era também aquele momento. Onde estarão agora aquelas flores? Abandonadas, espero, mas não esquecidas. Como lhes compete.

- Miss Pearls -

Não foi por acaso que escolhi este texto. Amanhã é dia dos namorados! É aquele dia em que as floristas não têm "mãos a medir", na azáfama de fazer lindos ramos de flores, para os namorados. Haverá outros presentes, uns mais caros, outros valem pelo significado que têm. Perfumes, relógios, jóias, um telemóvel que ela ou ele tanto queriam, um poema, o cd preferido onde está aquela música que lhes recorda determinado momento tão especial, ou até um simples postal com dizeres sobre esse tal de «amor», que todos procuramos ao longo da vida. E muitas sms com lindas palavras e muitas promessas.
Normalmente estas ofertas são entregues durante um jantar romântico à luz de velas. Tudo tão bonito, tão doce, tão (e)terno, tão sentido. Naquele momento é verdadeiro!
Mas hoje quero aqui falar de flores, ou melhor, de rosas. Haverá alguma mulher que não goste de receber um ramo de rosas, sejam elas vermelhas (a cor da paixão), cor de rosa, amarelas, azuis ou brancas? Todas as mulheres ficam fascinadas perante um ramo de rosas. Nenhum presente substitui a beleza viva das flores em geral e das rosas em particular.
Recordo um namorado que tive nos meus tempos de adolescente, que vive há muitos anos noutro continente, e que estive sem ver demasiado tempo, um dia - sem data especial - mandou entregar aqui no meu serviço um ramo com 27 rosas. A acompanhar um cartão que dizia: "uma rosa por cada ano que estive sem te ver! Espero não ter que acrescentar mais algumas a estas! Com elas vai um segredo meu até ti. Um segredo que guardei por tantos anos...". O certo, porque a vida é mesmo assim, é que estivemos 27 longos anos sem nos vermos. Quando ficámos frente a frente eramos dois desconhecidos! Apenas lhe reconheci o olhar sincero e profundo, o carinho e a ternura que sempre encontrei na sua voz, nas palavras, nos seus gestos e no abraço apertado com que me brindou.
As rosas que me enviou eram perfeitas, como se tivessem sido escolhidas uma a uma, as pétalas aveludadas, o perfume suave, pareceu-me até ver nelas uma certa vaidade pela sua perfeição absoluta. Lembro-me do que senti quando lhes peguei. No primeiro momento fiquei encantada a olhar para toda aquela beleza, de seguida foi a procura do cartão, a curiosidade quase infantil do "de quem será?", porque na altura não havia ninguém especial a quem pudesse atribuir aquela oferta, pensava eu! Quando li o cartão a surpresa foi grande, um ramo de rosas enviado por alguém do outro lado do mundo, tão longe. E finalmente senti uma "ponta" de preocupação, pois aquelas flores eram a confirmação viva de algo mais do que a amizade que nos ligava há tantos anos. Eu sabia. Tinha a certeza do segredo que elas me traziam. Falavam de um sentimento que eu não retribuia, que jamais imaginei continuasse vivo naquele homem de quem estive afastada tantos anos. Quando nos separamos não eramos mais que dois adolescentes, quase ainda duas crianças. Ele nunca me esqueceu. Procurou-me e encontrou-me! Cada um seguiu a sua vida - em países e continentes diferentes separados por um oceano imenso - para mim ele será sempre o amigo, para ele serei a mulher que de verdade amou, desde adolescente. Hoje, quero aqui lembrar esse homem. O amigo!
Porque nem sempre é possível amar quem nós desejamos.
Nem sempre é possível esquecer quando queremos.
Nem sempre recebemos rosas de quem amamos.
Mas as rosas falam de amor quase sempre!
E quem não gosta de uma linda declaração de amor, contada, segredada, através do perfume e da beleza perfeita de um ramo de rosas, sejam elas de que cor forem?
A vida é feita de cores
A preto e branco, em dias cinzentos, mas sempre belos...

12/02/07

Foto: desconhecido
O tempo, foi gastando o que havia para sentir, em noites adormecidas de vazio, de uma nudez demorada em silêncios, de palavras soltas que não cheguei a dizer.
De que serve o conhecimento, as experiências da vida, quando o amor nos é impossível?
Fecham-se os olhos, os braços caem ao longo do corpo, cansada da luta que perdi.
Poderia ter sido diferente...?
Na memória, ficou o brilho de uma noite de luar, pousado no teu olhar!!!
A vida é feita de cores.
Muitas, intensas, variadas.
Nós é que, por vezes, nos recusamos a vê-las...
E de repente isto tudo por aqui abanou... e bem!!!
Achei que tinha sido uma tontura e fiquei então à espera de alguma reacção dos colegas, que por sinal foi imedata.
Para descontrair, fomos lá para fora fumar um cigarrito sempre havia mais espaço para fugir no caso de se repetir.
Fim de semana em que o tempo não ajudou.
Sábado passado em casa, com as limpezas do costume. Sair o menos possível até porque não apetecia, devido ao tempo que horrivel e os filhotes tinham que estudar. Afinal estão na altura dos testes.
À noite fiquei a ver o meu Benfica, perder com o Varzim. É uma injustiça, pois o Benfica marcou dois golos o Varzim apenas um e eles é que ganharam o jogo. Não está certo, digo eu!!!
Domingo, depois do primeiro café, fui votar, não pertenço ao grupo daqueles que ao domingo vão para os centros comercias passear e desarrumar as prateleiras das lojas para não comprarem nada, mas sair de casa para ir votar é que não dá jeito nenhum...!!
Com encontro marcado com uma das irmãs, lá fomos tratar de umas comprinhas que faziam falta, a ela e a mim, pois com companhia temos sempre uma ou mais opiniões.
Acabamos por almoçar e jantar todos juntos e as crianças adoram aqueles momentos em que estão todos juntos.
Hoje...bom dia!!!

09/02/07

Foto: Kaleo

No turbilhão do dia a dia de cada um, nem sempre nos apercebemos do que nos falta. Não é a falta de bens materiais. Esses vão-se adquirindo, aos poucos, conforme a urgência e necessidade que temos desses objectos.
Estou a falar de outras faltas. Pensamos que basta ter algum dinheiro na mala, basta acreditar, basta termos alguma liberdade, basta sorrir, basta sentir, ter saúde, um emprego e amigos!
Não, não é verdade! Gosto de momentos de solidão, de estar sózinha, a ler, ouvir a minha música, ou simplesmente pensar. É uma solidão escolhida. Desejada. De opção! Não é imposta. E quando a solidão acontece, naqueles momentos em que precisamos muito de alguém - que não é a familia - junto de nós, aí sim, sentimos a falta.
Falta de um ombro, de um corpo encostado ao nosso que mexe devagar, de ter alguém à nossa espera, ou ter alguém por quem esperar, de um sorriso, de um aconchego, que nos escute ou para escutarmos. De alguém para dar boa noite, ou a quem fazer o último telefonema. Do beijo. Do riso ao ouvido. O dividir. Alguém a quem dar a mão. Na cama o calor de um corpo ali ao lado. O aconchego no sofá numa tarde fria. Partilhar o jornal, a noticia. Namorar. Uma noite intensa de amor. A cumplicidade....
É disto que, de repente, num dia qualquer sentimos falta. Uma falta que pesa. Demasiado!
E abafamos essa falta. Não comentamos. Não falamos sobre ela. Ninguém fala a ninguém das faltas que sente. Das saudades que tem. Recusamo-nos a falar do que nos assusta...
Calamos a necessidade que temos, a falta que sentimos das coisas bonitas!
Gritamos as outras, as futilidades, porque essas fazem-nos rir, ou nos desviam as atenções...
Vamos arrumando histórias e começando outras. Deixamo-nos ir porque nos estendem uma mão, ou nos dão um carinho - que sentimos falta - e no fim só nós mesmos saimos magoados!
Será mais fácil sentir a falta, do que dizer a verdade de um:
Faltas-me! Preciso-te! Gosto-te!!!
Todos os meses compro a revista Atlântico. Bem, todos os meses também não é verdade, porque tenho sempre uma certa dificuldade em encontrar a dita revista. A partir do dia 29 de cada mês, lá estou eu de "sentinela" na tabacaria do centro a perguntar: Já saiu a Atlântico? Umas vezes oiço um «ainda não, talvez amanhã», outras vezes «já esgotou».
Mas este mês - talvez num dos meus dias de sorte - lá encontrei a "Atlântico".
Na secção de "livros-filmes-discos-artes" deparo com um artigo "Um outro MEC", sobre o livro de Miguel Esteves Cardoso "A Minha Andorinha", crónicas publicadas no DNa.
O artigo da autoria de Henrique Raposo, onde fala de «um outro MEC» sempre diferente e sempre igual, está óptimo.
E deixou em mim um "bichinho" chamado curiosidade, e com uma vontade imensa de ir a correr comprar o tal livro de crónicas de MEC, que sempre gostei de ler, no seu estilo único!
Mas como a vida não é, nem está nada fácil, e temos que fazer opções todos os dias - algumas não fazemos, são-nos impostas - vou ter que aguardar mais um pouquinho para adquirir o tal livro.
A seguir ao almoço....

08/02/07

Benfica entra para o grupo dos mais ricos do mundo

O Sport Lisboa e Benfica entrou para o grupo dos clubes de futebol mais ricos do mundo, ocupando a vigésima posição.
O Benfica é um dos quatro novos clubes que, na época 2005/2006, integraram a lista dos 20 clubes mais ricos do mundo com uma receita de 85,1 milhões de euros.
Além do clube português, entraram, pela primeira vez, para o "ranking" da Deloitte o Hamburgo, o Rangers e West Ham United. O Benfica e o Rangers são assim os únicos representantes de países que não fazem parte dos Big Five (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França).
A entrada do Benfica para este "ranking" é justificada pelo aumento de 34% das receitas de 63,4 para os 85,1 milhões de euros, na época de 2005/2006.
Segundo o estudo da Deloitte, a participação do clube português na Liga dos Campeões na época de 2005/2006, onde chegou até aos quartos de final, gerou uma receita de 16,4 milhões de euros.
Com a renovação do estádio da Luz, por ocasião do Campeonato da Europa em Portugal, as receitas das vendas de bilhetes aumentaram para 38,6 milhões de euros, ou seja, 45% das receitas totais.
As receitas comerciais atingiram os 29,3 milhões de euros, devido aos patrocínios da Adidas e da Portugal Telecom.
Segundo a Deloitte, para que o clube se consiga manter nesta liga milionária durante os próximos anos terá que manter este nível de receitas e continuar a participar na Liga dos Campeões.
Pelo segundo ano consecutivo, o "ranking" dos clubes mais ricos do mundo continua a ser liderado pelo Real Madrid, seguido pelo Barcelona e pela Juventus.

- Ana Luisa Marques / Jornal de Negócios -

O Benfica é o primeiro clube português a fazer parte desta lista. Que fique bem claro!
Eu sei que para algumas pessoas é muito difícil depararem com estas verdades. Mas as verdades são para se dizer, custe a quem custar. Ponto final!!
Gostei de ler, de saber e de ver algumas pessoas "roídinhas" de inveja!
Mas, fiquei deveras preocupada com esta notícia, só porque há por aí muita gente que a partir de amanhã vai fazer "fila" á porta do estádio - da tesouraria mais propriamente - a perguntar:
- Então com todo esse dinheiro, onde é que está o meu...???
Chego à conclusão que há verdades que jamais deveriam vir a público!
Foto: Kazuo Okubo

Estranha Forma de Vida

Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
tem este meu coração
vive de forma perdida
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
coração que não comando
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais
pára, deixa de bater.
Se não sabes onde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.

- Alfredo Duarte / Amália Rodrigues -

Volta e meia gosto de ouvir fados. Foi o que aconteceu ontem, estive a ouvir Amália cantar fado como só ela sabia, em casa de um amigo, que como bom português, também gosta de fado. Por incrível que pareça não tenho cd's de Amália Rodrigues, tenho muitos ainda em vinil. Vou lembrar-me disso numa próxima ida à fnac.
Foto: Karula
A seguir ao almoço....
Muito se falou - de forma indignada - sobre as palavras de Manuel Pinho, quando da visita à China com o Primeiro Ministro.
Ontem, no espaço "Opinião" do DN, leio:

Quem paga manda
Sinceramente, o que Manuel Pinho, disse na China, e José Sócrates depois confirmou, não me aquece nem arrefece. Na verdade, o ministro não mentiu quando falou da realidade dos salários em Portugal - mas a autoridade do ministro, nessa como noutras matérias, é diminuta. Se ele dissesse que em breve os salários portugueses estariam ao nível europeu, seria acusado de fazer demagogia, mas o resultado era o mesmo. Ninguém dá grande importância. Quem manda nos salários, nos eventuais choques tecnológicos, e na estratégia nacional, são as empresas. Na maioria dos casos, com sede em Espanha ou noutro qualquer país. O ministro Pinho manda pouco. E, pelos vistos, mal.
Nessa medida, há coincidências que parecem "combinadas" para nos confrontar com a realidade: nos últimos dias, e depois de o grupo espanhol Prisa ter finalmente assegurado o controlo da empresa Media Capital - detentora, entre muitos outros activos, da TVI - soube-se, a propósito das OPA que animam o mundo financeiro, que a participação espanhola no nosso mercado bancário ultrapassa já os 20%, e não quer parar de crescer. Ao mesmo tempo, a Notícias Magazine fazia capa, domingo passado, com os jovens portugueses que escolheram Madrid para viver e se mostram orgulhosos e felizes com a sua escolha.
Nada disto foi combinado, mas parecia, para chegarmos ao ponto a que chegámos: um país não existe, no século XXI, quando não tem poder sobre a sua economia, quando depende mais dos outros países do que de si próprio, e quando permite, por manifesta falta de alternativa, tornar-se uma sucursal de outra economia qualquer. Portugal, manifestamente, não tem poder e é hoje uma sucursal. Além do território (e é duvidosa a ideia de território desde que Schengen acabou com as nossas fronteiras), temos uma língua, uma história e uma cultura. Ninguém quer acabar com qualquer destas componentes, que até podem ser rentabilizadas turisticamente, tal como o fado ou o Eusébio. O resto, bom, o resto é de quem aproveita as oportunidades - as mesmas que Portugal nunca aproveitou.
Foi a Espanha? Excelente. Venham a França, a Itália, a Irlanda, venha mesmo a China ou o Japão. Por mais ministros que passem pelo Governo, o que fica, depois da espuma se desvanecer, é essa realidade global que, no limite, até permite a Manuel Pinho dizer o que pensa sobre as vantagens portuguesas. Aqui ou na China, quem amanda efectivamente nos nossos salários ri-se do ministro. E decide como entende.

- Pedro Rolo Duarte in Diário de Notícias -

Verdade, verdadinha!!
Gostei.
Olá, bom dia!

07/02/07

Foto: Karula
Hoje despeço-me em beleza.
Com um olhar... dengoso??
Foto: Kerry Anne Okeefe

A cada dia que termina, a cada nova noite que cai, a cada virar de página da vida, do nosso dia a dia, há a certeza de uma nova manhã.
O tempo não se detém, corre veloz indiferente ao nosso querer, alheio à nossa vontade, sem perguntar se queremos ficar um pouco mais absortos num sonho, num olhar, num abraço, na expectativa de uma promessa, na lembrança de um beijo...
Há a certeza de novas experiências, de novos sonhos, de novos mundos por desvendar!
Para serem vividos com os sentidos.
Quero apenas viver de sentidos...
Recebo um mail que diz assim:
"Venha passar o dia de S. Valentim aqui .... em Moçambique!"
Respondi que agradecia o convite, mas que não era possível confirmar, de imediato, a reserva pois.... tinha que ir arranjar - antes de mais nada - um namorado!!!
Vou então tratar do assunto...!
Há pessoas - figuras públicas neste caso - que nunca chegamos a conhecer pessoalmente.
Acabamos por "conhece-las" pelo que outros nos contam, ou pela televisão, pelo que escrevem, através de uma entrevista que alguém lhes fez, porque nos cruzámos aqui ou ali, e acabamos por criar uma ideia - muitas vezes errada, para o bem ou para o mal - desse alguém! Achamos que determinada pessoa é simpática, bem disposta, ou arrogante, antipática, com sentido de humor, carinhosa, etc., etc.! Há quem nos diga que "aquela" pessoa é fantástica e logo de seguida outros "pintam" um quadro que não é bem assim.
E quando, por acaso ou não, acabamos por conhecer uma dessas pessoas - de quem tinhamos formado uma ideia - por vezes vamos com as expectativas muito altas e deparamos com uma desilusão, com outras acontece exacatamente o contrário.
É engraçado, descobrir alguém aos poucos e poucos, de quem tinhamos ouvido falar - bem e mal - e vamos então comparando a ideia formada e o que aquela pessoa nos vai dando a conhecer de si.
Se há algo em que normalmente eu reparo, quando conheço alguém, é primeiro no seu olhar - na forma como olha, não gosto de pessoas que enquanto falam desviam o olhar, não são capazes de fixar os olhos dos outros - a segunda é na sinceridade de um sorriso, de uma boa gargalhada. Há pessoas que não sabem sorrir, não são capazes de uma gargalhada que soe a verdade, não há alegria na sua voz.
O timbre de uma voz, também tem alguma importância para mim - há vozes que mexem comigo e não sei explicar porquê - se bem que este aspecto é secundário. As pessoas não são melhores ou piores pelo seu timbre de voz.
E se há algo com que normalmente me surpreendo, é sobre o tema música. Por vezes achamos que aquela pessoa, que tem determinada forma de vestir - mais clássica, ou mais descontraída - que prefere este ou aquele tipo de leitura, que mantém uma conversa sempre no mesmo tom de voz ou se vai soltando mais, que é mais ou menos extrovertida, talvez da ideia que formámos sobre aquela pessoa, achamos que certamente gosta deste ou daquele tipo de música, e que está fora de questão gostar de outros géneros. E de repente...surpresa!!
Hoje já me surpreenderam, quando dou conta que alguém gosta de alguma música brasileira! É também verdade que estamos a falar de um determinado tipo de música brasileira, mas não deixou de ser uma surpresa.
Adoro boas surpresas...!!!
Gosto ir descobrindo pessoas!
Foto: Judith Tomaz
Desgostos de amor...???

06/02/07

Foto: José Gama

Nos sonhos senti-te por aqui. Andaste tão perto, através das sombras adormecidas da escrita.
E ficaste! Vieste para me olhar enquanto escrevo para ti e talvez descobrires nas letras o fôlego que por vezes me falta, enquanto os dedos deambulam nas teclas e as palavras se vão transformando em frases, linhas, textos!
Quase senti o palpitar do teu coração, que batia serenamente, como se não quisesse quebrar o silêncio das palavras que nunca aqui pronunciei.
Em silêncio, de olhar atento, deste conta que, letra após letra, numa sequência de frases, fui aqui revelando o que nunca ousei dizer-te ao ouvido! O que nunca quiseste ouvir!
Estiveste por aqui! E não me deixaste ver-te...


Dizem-me que o vinho é o melhor aliado do amor.
Aquece o coração, põe um brilho no olhar e incendeia os sentidos...
E que não há noite de amor como aquela passada na companhia de quem se ama, e para além de um bom vinho, o crepitar de uma lareira.
Não, nunca vivi um momento assim, apenas o imaginei diversas vezes.
Algo me diz que sim, que um dia irei viver essa experiência, encostada ao peito de alguém, enquanto o oiço sussurrar no meu ouvido!!
Foto: Christiano Boari
Não estou zangada...
É só um BOM DIA!!!

05/02/07

Foto: Quark

Num ambiente de temperatura amena, que apetece, e na companhia de alguém cuja presença forte nos marca, não passa jamais despercebido, enquanto se trocam conversas banais, lanço as palavras - como se de um jogo se tratasse - na direcção do tabuleiro pousado na mesa ali na minha frente e, com ansiedade disfarçada, aguardo alguma resposta.
As palavras espalham-se naquela sala, misturam-se com os sentimentos e a música que toca, confundem-se com os sabores depositados na tábua de queijos e no aroma frutado do vinho tinto.
Como a tentar enganar a espera, levanto o olhar na procura - não de uma resposta - mas do seu melhor sorriso, que sei encontro sempre!!
E nesse momento, todas as perguntas sem resposta, são esquecidas...

02/02/07

Imagem Google

Sinto que pela noite dentro, apenas acompanhado pelas notas de um piano que te interrompem o silêncio, me visitas, quando passas por aqui...
Quando me voltares a ler - se um dia o fizeres de novo - numa dessas noites em que o teu silêncio será interrompido apenas pelas notas soltas e tristes de um qualquer piano, quero que recebas este beijo - sim este - que aqui deixo para ti!!!
Boa noite!
Foto: Karina
A seguir ao almoço.....
Foto: Eric Boutilier

Em tempos houve abraços planeados. Por mim.! Abraços suaves, sempre planeados em longas noites de saudade.
E seguiam-se conversas que sabia adiadas, conversas adiadas para um qualquer dia, de um futuro também ele fora de tempo. Um futuro tão frágil que eu sabia era já passado, mesmo antes de acontecer.
Hoje, numa alva folha de papel, resta a velocidade silenciosa das palavras nunca ditas. Aquelas que sempre estiveram fora de tempo. Já não cabem em lado nenhum. Já nada dizem de tão silenciosas que eram! Que são!
Ficou a lembrança daquele olhar... e a eterna interrogação, de quantas palavras caberiam no teu olhar...?

01/02/07

Foto: Karula

Termino o dia de hoje em beleza como podem ver...
Digamos que com um olhar:
tentador...?
atrevido...?
misterioso...?
convidativo...?
ou...
provocador...?
Acabei de comer duas deliciosas torradas, barradas com imensa manteiga...
Huummm!!!
Souberam-me pela vida!

Agora, vou ali num pulinho fumar um cigarro... é que desde o início da semana que não se pode fumar aqui no escritório!
Volto já!!!
Sou alguém que gosta de preservar as amizades, e consigo ultrapassar algumas "beliscaduras" que eventualmente aconteçam, para não perder um amigo. Para mim, uma amizade é algo muito valioso para ser questionada por coisas sem importância.
E custa-me muito, magoa-me mesmo, a esta altura aperceber-me que após o ponto final numa relação, que não importa o tempo que durou, se foi muito ou pouco, perceber que não ficou nada. Absolutamente nada!
Deparo-me com uma conversa de circunstancia, do género: "como estás?", "obrigado eu estou bem", "e tu?", "obrigado pelas tuas palavras", e nada mais!! Palavras cheias de cerimónia, como se essas duas pessoas tivessem acabado de se conhecer.
E tudo isto é tão real, que mesmo estando deste lado, consigo perceber que a outra pessoa está a fazer qualquer outra coisa enquanto troca aquelas parcas palavras comigo. Entre o virar de uma ou outra página, ou assunto de serviço, vai respondendo ao meu: "e tu como estás?" E de repente desaparece...! Final de conversa!!!
E acabo sempre por ficar com aquela desagradável sensação de que estou a ser chata e a incomodar.
Tenho muita pena, que tudo isto tenha chegado a este ponto! De nada haver para se dizer, ou algum interesse em se conversar.
Mas é verdade, que não me surpreende.
Era isto que eu estava à espera que acontecesse.
Como sempre, respeito as opções e decisões de cada um.
Desta vez não seria diferente. É o que estou a fazer, embora isso me magoe um bocadinho.
Foto: Gunter Hagedorn

Encontrei-te

encontrei-te
estavas mergulhada numa esquina
submersa
dentro do teu próprio corpo.

- Nelson Daires -