08/05/06

Tudo na vida tem um fim. Tudo que nasce, vive mas acaba por morrer.
Cada dia que nasce, termina e dá lugar a um outro dia. As flores, por mais belas que sejam morrem. Tudo tem um ciclo de vida, que mais tarde tem fim.
E alguns fins provocam dor.
O fim de um amor, de uma paixão, em que se acreditou, que se viveu mais ou menos intensamente, correspondido ou não, dói. Foi algo nosso, que fez parte da nossa vida, que alimentou sonhos, que se sentiu, que se chorou, que nos fez felizes.
De início não nos apercebemos que começou o fim. É como se uma vida se perdesse, aos poucos. Chega pacientemente, sem darmos conta! Vai tirando as forças, a pouco e pouco! Apaga metodicamente tudo o que se recoda de bom. Desmancha o que na memória, um dia, deixou tanta saudade. Momentos presos no tempo. Arruma para os cantos do coração, o que sobejou, que tinha cor mas não tem história para contar. E as palavras, que se escrevem, já procuram novas histórias, como se fossem ecos do que se viveu. É como o fechar de um livro, que chegou ao fim, que se leu com prazer, que se viveu com muito amor.
Mas que não faz sentido manter aberto, porque a palavra «fim» é a última!
Contudo a vida não pára, nada fica quieto. A vida é mutação constante. O que morre dá espaço a novas vidas, novos começos, outras histórias. A natureza não aceita o vácuo.
Lamentamos o fim do que foi bonito e perguntamos porquê. Porque foi assim?
Não há destinos que se repetem.
Apenas, todas as manhãs, há um novo dia!