10/05/06

Uma vez por outra, como neste exacto momento, dou comigo a olhar uma folha em branco. Como se fosse um desafio. Como se ela, mesmo sem vida própria, me provocasse a manchá-la com letras, desenhos, ou cores, um sorriso ou apenas com uma lágrima.
Não me decido, mas sinto que tenho um poder quase ilimitado, de fazer o que me apetece com esta folha em branco. Imaculada!
E escrever, colocar-lhe uma simples palavra, ou uma cor só que seja, é como dar-lhe vida.
A mão atrevida, e já impaciente pelo desafio, carrega na primeira tecla. Ali está uma letra a que se seguem outras, surgem palavras, frases, e tudo começa a fazer sentido. O vazio, desta folha branca, ganha movimento, adquire vida, como que a dar um sentido ás palavras que vou aqui deixando. Palavras de uma vida, palavras mágicas, palavras vestidas de emoção, que têm cor , que possuem fantasias, que o olhar de quem as lê irá devorar.
Por vezes, não há nada para se escrever, e a folha permanece em branco, como se carregasse toda a emoção do nosso vazio...